Fevereiro de 2006, fomos mochilar no Chile.
Fiz um roteiro super apertado e cronometrado, com direito à dormir 2 noites no trem para economizar hotel e tempo.
Chegamos em Santiago, fizemos uma visita à Concha y Toro de um período e pegamos o trem para Pucón.
Antes mesmo de ir para a pousada passamos na empresa de turismo para fazer nossas reservas para o rafting (level 4!!! :-o) e para a escalada no vulcão Vilarica no dia seguinte (o rapaz nos disse que até vovôs subiam...).
Fomos fazer o rafting e pá! Logo na primeira descida me desequilibrei e bati a cabeça contra o capacete que estava na minha frente. Resultado? Quebrei o nariz. Mas como até então eu não sabia de nada, continuei o rafting com uma temperatura agradabilíssima de gelada de 15º com roupa de neopreme para não congelar e nada senti até terminamos a descida e colocar a roupa quentinha.
Daí prá frente foi tudo uma bagunça.
Eu dizia que se não tinha sangrado, não tinha quebrado e ponto. Naquele fim de mundo eu não iria à hospital algum!!!!
Sentamos num bar após fazer as compras para a escalada ao vulcão para comer e tomar uns piscos (bebida local).
[Nessa época, mal sabia eu que, para praticar atividade física no dia seguinte, o ideal é não ingerir nada alcoólico na véspera....]
Fomos dormir por volta da meia noite, com o despertador apontando para às 5:30.
Ao acordar, a primeira coisa que fiz, claro, foi olhar meu rosto no espelho.
PQP, meu nariz estava uma bola!!!!! No bar passei horas fazendo gelo e ele não inchou, mas foi só deitar e parar o gelo para que ele tomasse conta do meu rosto.
Não deixei aquilo me abalar, continuei toda concentrada no projeto escalada ao vulcão.
Fomos até a empresa de turismo, nos paramentamos, bota prá lá, quebra gelo prá cá, mochila, água, sanduíche, chocolate, tudo pronto.
Partimos para a base do vulcão.
Eu estava eufórica, apesar de muito preocupada com meu nariz, por ver lava. Sonho de criança.
Sim, o vulcão Vilarica é um vulcão em atividade, com neve lá em cima e dá prá ver lava nessa época do ano.
Chegamos de ônibus na base e, por causa dos ventos fortes, não pudemos ir de teleférico até a base 1, tivemos que fazer andando.
Aquilo devia ser um sinal.
Eu subia cerca de 10m e achava que ia vomitar meu pulmão. Parava, respirava e voltava a subir.
Fomos ficando entre os últimos da fila.
Avistava a base 2, primeira parada com neve. Eu queria chegar alí ao menos. Mas a base 2 estava longe, não havíamos chegado ainda na base 1 e eu já me sentia "só o pó".
A base 2 parecia que ficava mais longe a cada passo que eu dava.
Quando chegamos na base 1, onde seria o ponto final do teleférico achei que desistiria, mas segui mais um pouco!
Cada vez ficava mais difícil, já não estava dando mais para mim.
Assumi a derrota e disse: eu vou parar!
Sentamos e bebemos água, enfim. Tiramos muitas fotos da maravilhosa vista que tínhamos dalí, inclusive da base 2, onde muitos do grupo já estavam fazendo a primeira parada para colocar os grampos na bota por causa da neve.
Desistir era para poucos até então - logo outros pararam também, mas eu fui feliz na minha decisão, não conseguiria chegar ao topo naquelas condições.
Minha vida de sedentarismo terminaria naquele instante, pelo menos na minha lista de desejos.
Me prometi que, ao voltar ao Brasil, começaria a fazer atividade física, mais precisamente, iria correr. E que, quando tivesse condições, voltaria lá para vencer o lindo Vulcão Vilarica.
Em agosto de 2006 me matriculei numa academia que tinha grupo de corrida de rua. Treinávamos na rua mesmo, era muito bacana. Com eles fiz minha primeira prova, uma de 6km na USP e a segunda prova, minha primeira Nike Corre, de 10km.
E foi assim que tudo começou no mundo das corridas...
Agora tem que voltar no vulcão... ou já voltou?? rsrsrs
ResponderExcluir@rscbsb2
E entao Rê, já voltou para encarar o VilaRica? Nao esquece de fazer uma Prova de Corrida quando for, hahaha. Aventura completa, não é?
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